A estrada cresce
na boca de criança. Rasga-lhe
a cara até à adolescência. Sente o frio
de tudo o que não é teu, gárgula
humana.
Por dentro a loucura misteriosa
que se debruça sobre
os vícios. Constrói a destruição,
calcorreando tantos (todos?)
atalhos para
a perda e morrerá
pela espinha do mau
caminho.
Acha-se estrela de filme, lufadas
de delírio, a invencibilidade
do prodígio. Na testa,
a estupidez
de ainda não ter ultrapassado
a árdua tábua da vida.
Já viste a tua mãe,
rapaz? Desertou!,
e é nas ondas que ela voltará (se). Pensas
que sabes tudo sobre
todos que não te partilham o sexo. Da testa
aos pés, viraste mestre da anatomia. E se eu,
apenas eu,
te perguntar o que é um
vergão,
saberás dar-me a resposta?
És criança; animal, rapaz; animal;
homem; flanco descontado
na espuma da vida. Sim,
morrerás pela espinha
da tua existência
menor.
******
pedro s. martins
domingo, 28 de junho de 2009
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3 comentários:
Intenso poema...Onde quase uma vida descreve...
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| Ö,)
|),”
|
Doce beijo
ölhår_Îñðîscrëtö...Å ¢µ®¡ö§¡dädë
Muito obrigado, Cöllybry.
A dor do crescimento é viciante. Parece a tua poesia, opiaceamente bela..
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