terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Verticalidade Rebelde


A estrada corta a meio

Superficies rochosas instáveis

Quantos cristãos me terão visto nú?

Baixo o olhar sobre o medo

E espero clientes



Com a dor da derrota

Sou açucar num mundo de diabeticos.

Aos amigos... ofereço postais

Mas quando falo de luta

É nas tuas mãos que penso



Da solidão do convés principal

Das corridas de cavalos sabotadas

A um leilão de um circo falido

Aperto mãos de flanela macia

Que me acariciam o rosto.

Plumas de Ganso como guardas

Cravam-se nas minhas veis

E obrigam-me a viver

Com o vácuo nos ossos.



Atenção! Não vos aproximeis!

A embarcação é muito estreita

E eu estou a fazer o inventário da minha mercadoria.



Rebenta o talento num palavreado

Sem que o deixe enaltecer

Agarrando só lixo

Abandonando por estrada os feridos

Incertos em direcção ao horizonte

Queimando lentamente os fantasmas.



Quando te olho

Perdoo o meu passado.

Me sussurra o teu olhar

Me demonstra o teu sorriso.



Econimizarei a minha piedade

Grande como um punho

E o gume das facas

E cliente satisfeito

Terminarei como o açucar

No fundo da caneca.



Num lugar qualquer

Poderás observar

Como torre em frente ao mar

Colocada num céu de inverno

Os tapetes da minha mercadoria exposta



Que justifica o meu ofício.

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