
A estrada corta a meio
Superficies rochosas instáveis
Quantos cristãos me terão visto nú?
Baixo o olhar sobre o medo
E espero clientes
Com a dor da derrota
Sou açucar num mundo de diabeticos.
Aos amigos... ofereço postais
Mas quando falo de luta
É nas tuas mãos que penso
Da solidão do convés principal
Das corridas de cavalos sabotadas
A um leilão de um circo falido
Aperto mãos de flanela macia
Que me acariciam o rosto.
Plumas de Ganso como guardas
Cravam-se nas minhas veis
E obrigam-me a viver
Com o vácuo nos ossos.
Atenção! Não vos aproximeis!
A embarcação é muito estreita
E eu estou a fazer o inventário da minha mercadoria.
Rebenta o talento num palavreado
Sem que o deixe enaltecer
Agarrando só lixo
Abandonando por estrada os feridos
Incertos em direcção ao horizonte
Queimando lentamente os fantasmas.
Quando te olho
Perdoo o meu passado.
Me sussurra o teu olhar
Me demonstra o teu sorriso.
Econimizarei a minha piedade
Grande como um punho
E o gume das facas
E cliente satisfeito
Terminarei como o açucar
No fundo da caneca.
Num lugar qualquer
Poderás observar
Como torre em frente ao mar
Colocada num céu de inverno
Os tapetes da minha mercadoria exposta
Que justifica o meu ofício.
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